As telas dos computadores estejam maiores e com resoluções mais altas e as dos dispositivos móveis, com tamanhos heterogêneos, obrigam os editores a adaptar o conteúdo a espaços pequenos.

Detalhes das imagens ficam difíceis de distinguir em áreas de tom contínuo e muitos textos são publicados em condições que não facilitam a leitura, quando são longos.

A leitura precisa ser rápida, embora a velocidade com que o olho decifra as letras e palavras nas telas pequenas seja mais lenta do que sobre papel, ou mesmo do que no computador. Perdem-se detalhes das letras, curvas e serifas, características criadas para facilitar a leitura.

Estudos realizadas por Jakob Nielsen e sua equipe mostram que a compreensão de conteúdo complexo em telas com o tamanho do iPhone equivale a 48% em relação ao do monitor de computadores.

A mesma equipe verificou que grande número de usuários usa os dispositivos móveis para ocupar o tempo enquanto espera alguma coisa, lendo pequenas notas, jogando, vendo notícias. Mas mesmo nesses momentos, os usuários não se atêm a textos longos ou tarefas que exijam muita atenção e dedicação.

Alguns aspectos na criação de textos para dispositivos móveis para leitura e atenção

Quando o usuário abre uma tela web no celular, a primeira área que vê é o canto superior. Portanto, os elementos mais importantes situados no canto superior acompanham o padrão de leitura de alto para baixo e da esquerda para a direita. Este é o local indicado para informar o nome do site (por extenso ou assinatura visual da empresa/pessoa), o lugar do site e onde se pode ir (navegação).

A altura da tela variável desestimula os leitores a procurar informações nas áreas mais baixas (isto ocorre também com o acesso pelo PC).

Resumos com as principais informações, que permitam aos usuários selecionar outros links se quiserem ler mais, para evitar longas rolagens.

Em caso de textos grandes, os links podem apontar para telas que publiquem um resumo um pouco maior em uma segunda camada a qual, finalmente, apenas para os leitores realmente interessados, mostrem textos completos.

Textos menores do que os escritos para o computador, e muito menores que os para leitura sobre papel. De preferência, textos redigidos especialmente para os dispositivos móveis, para tirar partido da leitura rápida e contextualizada em deslocamento.

Informações secundárias, aceitas em sites desktop, ficam relegadas a camadas mais profundas nos sites ou aplicativos móveis, podendo ser mesmo retiradas.

Textos divididos em títulos e subtítulos para que os leitores selecionem facilmente os assuntos de interesse.

Corpo das letras legível em diversas resoluções. 18 pontos é um tamanho limite para leitura em tela, que torna a leitura menos cansativa.

Uso de tipologias desenvolvidas para a tela, como a Georgia e Verdana, que facilitam a leitura, embora o uso de letras com ou sem serifa ainda seja motivo de polêmicas.

Bom contraste nas cores e tonalidades das letras e do fundo, para facilitar a leitura.

Devido às circunstâncias de leitura e às características técnicas das telas, a escrita para dispositivos móveis está sendo aperfeiçoada rapidamente, tanto no sentido editorial (do tratamento dos textos), quanto visual (devido às características dos monitores).

(Atualizado em 12.10.2014)

Referências

Livro: Mobile Usabilitys, Jakob Nielsen e Raluca Budiu. Berkeley: New Riders, 2013

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