Ferramentas que utilizam mídias sociais no ambiente corporativo trazem possibilidades de multiplicar o capital intelectual e humano, com significativa redução de custos em sistemas e armazenagem de dados. Seu uso se estende à troca de informações e conhecimento, publicação de comentários sobre textos, realização remota de projetos, interlocução direta com clientes finais.

Estas ferramentas também ajudam a motivar equipes, na medida em que facilitam a participação coletiva em assuntos estratégicos, sem tantas hierarquias e dificuldade de acesso à alta direção. Além disso, são úteis em projetos de produtos e no treinamento informal, em que os integrantes aprendem pela proximidade com os mais experientes. Mais do que soluções para aumentar a produtividade, estas ferramentas viabilizam a criação e a produção coletiva.

Programas baseados em plataformas web aproximam a comunicação interna com parceiros e o público através de experiências lúdicas, com a centralização de informações compartilhadas em ambientes simples e fáceis de gerir.

Sua flexibilidade, facilidade de uso e a aceitação prévia pelos usuários, que muitas vezes as adotam em casa antes de usá-las no trabalho, tornam-nas úteis para criar redes de relacionamento funcionais.

Entre muitas outras funcionalidades, as ferramentas incluem:

Bancos de informações compartilhadas, que facilitam a busca e o garimpo de ideias e o acesso a experts e especialistas.

Pesquisa da Google divulgada em agosto de 2015 mostrou que houve um aumento de 72% em buscas relacionadas a expressão “como fazer” no canal de vídeos do YouTube, indicando um aumento no interesse por conteúdo educativo e novas fontes de aprendizado. No primeiro semestre de 2015, foram assistidas mais de 2 milhões de horas desse tipo de conteúdo no YouTube brasileiro. A metade desse total foi apenas através de smartphones ou tablets. Devido à familiaridade da grande base de usuários, o uso deste canal no ambiente corporativo é facilitado. (1)

Programas de gestão e acompanhamento de projetos.

Videoconferências no desktop, associadas a mensagens instantâneas e ferramentas de colaboração, que facilitam o trabalho conjunto e a comunicação em tempo real.

Editores de textos e planilhas, para seções de brainstorming entre usuários, localizados em diferentes lugares.

Ferramentas customizáveis de pesquisa de opinião, para o envolvimento de organizadores internos em decisões estratégicas.

O compartilhamento de locais de reuniões e encontros de acordo com agendas comuns (Google Maps, Calendar).

Comunidades de clientes/ colaboradores que opinam sobre produtos, eliminam intermediários na coleta de informações e diminuem os custos de suporte técnico.

Repositórios ou plataformas de discussão e publicação de informações aos clientes e parceiros sobre pontos de vendas, mapas, modos de checar estoques.

Compartilhamento de informações (blogs, wikis, RSS (Really Simple Syndication).

Nos ambientes corporativos, os colaboradores mais ativos dos ambientes participativos, líderes naturais, podem ser motivados a colaborar ativamente para disseminar a cultura de compartilhamento e manter a qualidade das contribuições. Um pouco de humor, respeito às diferenças (incluindo as estranhezas pessoais) e estímulo aos agentes de acordo com seus interesses, contribuem para “aquecer” o ambiente.

Muitas empresas de software desenvolvem serviços personalizados e flexíveis, que permitem o cruzamento de informações e a criação de capital intelectual para empresas.

A Cisco Systems adquiriu, desde 2000, companhias relacionadas a redes sociais como a Five Across. Estas aquisições fazem parte da estratégia orientada à criação de relacionamentos entre empresas de mídia e o consumidor final. (GanttHead, 18.4.2007)

A IBM transformou o Lotus Notes em ferramenta de rede social, para que trabalhadores do conhecimento localizem parceiros ou pessoas com interesses semelhantes, troquem ideias e compartilhem informações.

O aplicativo provê um painel em que profissionais expõem suas atividades, ferramentas de blogs, listas de profissionais e de comunidades. É possível auditar as informações que circulam nestas redes. (CNet, 22.1.2007)

A Intel, no fim 2006 anunciou o SuiteTwo, pacote de softwares com aplicativos para blogs, wikis e sindicalização de conteúdo de empresas como SocialText, NewsGator, SimpleFeed e Six Apart, fabricantes de softwares para web 2.0. (Computerworld, 5.4.2007, não mais disponível no endereço acessado)

A BEA Systems lançou três produtos: o Ensemble, para a criação e o gerenciamento de aplicações mashup, independentes da plataforma e do ambiente de hospedagem; o Pages, que permite aos usuários finais criar aplicações web simples para os negócios do dia-a-dia; o Pathways, ferramenta colaborativa de busca, para o compartilhamento de informações e expertise em redes sociais, que permite o compartilhamento de dados. (B2B, 10.4.2007)

Apesar das vantagens, a adoção de ferramentas participativas ou de mídias sociais comerciais, podem levar à reavaliação de práticas e de governança de TIC. Na medida em que os usuários finais têm melhores condições de avaliar e indicar as tecnologias que querem usar no dia a dia de trabalho, as decisões das áreas de tecnologia ficam mais sujeitas às áreas-fins dos negócios.

Este empoderamento dos usuários finais tem vantagens e desvantagens que precisam ser avaliadas e demandam que a adoção seja seja decidida em conjunto pelas diversas áreas envolvidas. A implementação das ferramentas participativas em si já implica em um processo de afirmação da cultura interna em que as decisões se fazem cada vez mais de maneira coletiva.

(Atualizado em 26.8.2015)

Referências

1) Brasileiro passa 4 minutos em uma página da internet, diz Google, pesquisa “Micro-Momentos”, feita pelo Google (Olhar Digital, acesso em 26.8.2015)

Brainstorming does not work, de Kevin Ashton (Medium, acesso em 26.4.2015)

Plataforma colaborativa para organizações

Telligent (acesso em 24.4.2010)