Em projetos de mídias digitais com atividades sequenciadas (em cascata), a definição do escopo é realizada pelo gerente de projeto. Em projetos ágeis, pelo dono do produto (product owner). O processo inclui atividades como:
■ Examinar em profundidade os objetivos do projeto, a visão que se tem do produto a partir das demandas do cliente (ou de seu representante), os problemas que o produto procura resolver, processos que atualiza.
É importante estimar o valor que o projeto vai criar e avaliar aspectos como:
■ Requisitos do projeto, ou as descrições das necessidades específicas dos usuários que levam à criação/aperfeiçoamento do que o produto vai fazer, e como.
■ Estratégia de mídias digitais, se for o caso, de múltiplos canais online aos quais está integrado, como serão lançados, como vão evoluir. (Ver Estratégia de mídias digitais)
■ Retorno sobre o investimento/trabalho aplicado (valorização da imagem organizacional, número de acessos, veiculação de publicidade, número de usuários cadastrados, vendas de produtos, criação de produtos).
■ Competitividade dos canais no ambiente de negócios (concorrentes, parceiros, clientes, ambiente político mais amplo, etc.)
■ Enfoque editorial do conteúdo, inovador ou conservador, popular ou não do preparo do conteúdo.
■ Comunicação e interlocução do canal com os usuários.
► Um canal que oferece serviços de impressão de fotos digitais pode precisar se adaptar às necessidades dos usuários de armazenar e indexar as fotos.
► O uso de bibliotecas de fotos personalizadas levou à criação de sites como o Flickr, que atende à necessidade dos usuários de armazenar e encontrar fotos dentro do conjunto de suas fotos digitais.
■ Examinar os recursos a mobilizar para realizar o projeto, como tempo, pessoas, verbas, apoio político. Se desde o início os recursos forem subestimados ou se os prazos de entrega das primeiras versões forem muito curtos, é melhor lidar com estas limitações no início, e não quando o produto já estiver mais desenvolvido e mudanças nestes aspectos forem interpretadas como rompimento do acordo inicial.
A linha do tempo do projeto mostra em perspectiva como o produto deve evoluir ao longo do lançamento de cada versão, semanal, quinzenal ou mensalmente, e o valor de negócios de cada uma.
■ Estabelecer uma visão geral do produto final e consolidar o nome do projeto.
■ Realizar uma ou mais reuniões com os principais stakeholders, incluindo a equipe de desenvolvimento, para esclarecer a visão sobre o produto, criar consenso entre os integrantes e estabelecer os limites da atuação. Neste encontro, pode-se discutir requisitos (features) de alto nível para o produto, requisitos e traçar um roadmap, ou roteiro, dos macroprocessos da elaboração do produto.
Para simplificar a consulta durante o projeto, o roteiro pode ter a forma de uma linha do tempo, com a marcação das prioridades.
Outras atividades relacionadas à definição do escopo
■ Preparar o escopo para mudanças e adaptações. Na prática de métodos ágeis como o Scrum, redefine-se constantemente o escopo nas reuniões de planejamento, em especial nas reuniões de planejamento inicial de cada sprint, em que se procura atualizar o project backlog.
Assim, na medida em que o dono do produto (product owner, cliente) tenha revisado, testado e aceito a última versão realizada, faz alterações no escopo, ou no product backlog para que este se adapte à nova percepção do produto. O ambiente externo também pode mudar e exigir a reformulação dos problemas de negócio originais, com novas soluções.
■ Prever as ressalvas ou produtos não contemplados pelo escopo do projeto, de modo a evitar mal-entendidos em relação aos produtos que serão desenvolvidos.
(Texto publicado em 23.11.2008. Atualizado em 16.1.2017)
Referências
→ Make this independent contractor agreement your own (CreativePro, acesso em 4.7.2010)
→ Bringing user centered design to the agile environment, de Anthony Colfelt (boxesandarrow, 31.1.2010, acesso em 19.3.2010)
→ Twelve emerging best practices for adding UX work to Agile development, de Jeff Patton (AgileProductDesign.com, acesso em 12.1.2009)
→ Livro: Mirando resultados – uma metodologia para planejamento e gestão de projetos de e-business, de Ricardo Almeida e Marcelo Oliveira. São Paulo: Novatec Editora, 2002
→ Micro scope, de Mike Donoghue (Gantthead, acesso em 2.11.2008)
→ The sotware project manager’s bridge to agility, de Michelle Sliger e Stacia Broderick. Arquivo PDF com trechos do livro com este nome (Informit, acesso em 23.11.2008)
→ Agile contracting, de Jen Girdish (Projects@Work acesso em 15.1.2008)
→ Risks of quantitative studies, de Jakob Nielsen (AlertBox, acesso em 26.8.2005)