Protótipos podem acompanhar a realização de projetos web ao longo de todas as suas etapas, da conceituação à produção. Com diferentes graus de complexidade, são muito úteis para criar idéias em equipe, modelar funcionalidades e informações e comunicar as solução homologadas para os stakeholders.

A realização de mídias digitais acontece em etapas, ou sprints, ciclos, por profissionais com diversas competências e a participação, cada vez mais frequente, do cliente ou de um representante do cliente (o dono do produto). Em cada uma, o produto é pensado, testado e aperfeiçoado para se que aproxime cada vez mais da versão que vai chegar ao público.

Para que os clientes, os representantes do público que participam dos testes, e os integrantes da equipe de projeto possam “vê-los”, usá-los, e aperfeiçoá-los, estes modelos devem se aproximar, dentro das suas possibilidades técnicas, do produto a ser lançado. Para permitir seu rápido aperfeiçoamento, devem ser facilmente editáveis e reelaboráveis, e autoexplicativos na medida do possível, para serem facilmente compreendidos pelos usuários.

A produção de protótipos mais ou menos elaborados em cada etapa do projeto permite que o produto evolua aos poucos, o que, afinal, não deixa de acontecer também depois do lançamento. A diferença é que durante o projeto, o produto é alvo do aperfeiçoamento que consolidasua estrutura conceitual, informacional, visual, funcional, enquanto o aperfeiçoamento posterior ao lançamento é mais diretamente relacionado à resposta do público em aspectos pontuais.

As necessidades de mudanças estruturais costumam ser registradas ao longo da vida útil do produto, para serem redesenhadas posteriormente.

A cada etapa, um produto aperfeiçoado

Embora os produtos do projeto web dependam do método aplicado, a cada etapa é possível gerar um produto mais e mais próximo do produto que vai ser lançado ao público:

A etapa da conceituação gera, junto com um briefing conceitual, comercial e de marketing, um protótipo esquemático dos elementos que o produto deve ter, bem como das suas funcionalidades. Este protótipo é muitas vezes um modelo desenhado em papel, às vezes chamado paper prototype, refeito inúmeras vezes sem ônus de tempo e de recursos técnicos para sua produção.

A etapa da arquitetura da informação gera wireframes e protótipos funcionais, modelos mais bem elaborados da interface, que já têm funcionalidades e percursos delineados.

A implementação do layout sobre a base estrutural gera uma versão alfa do produto, que pode ser testada com mais intensidade e rigor tanto por representantes dos usuários finais quanto pela equipe de projeto.

Depois dos testes e ajustes, a versão beta do produto geralmente é mais divulgada para o público e ainda está sujeita a intensa revisão e acompanhamento projetual. Isto se aplica mesmo que o site já esteja sendo usado por público amplo e o produto tenha as mesmas características da versão mais finalizada.

É comum encontrarmos produtos amplamente utilizados e já lançados há longo tempo com o selo “beta” estampado sob o logotipo. Esta prática se refere em parte ao fato de que o produto ainda se mantém em estado de intenso desenvolvimento, mas se refere também ao fato de que ambientes online não ficam nunca prontos, se mantêm em permanente estado de aperfeiçoamento e preparo.

Por simularem o produto que vai ao ar, os protótipos realizados ao longo do projeto web, além de ajudarem no aperfeiçoamento do produto ajudam a tirar o foco do projeto no próprio projeto. Ou seja, não são os produtos do projeto, planilhas, relatórios, manuais, os seus objetivos mas as versões gradualmente mais bem acabadas do produto final que afinal têm valor, tanto para quem faz quanto para quem usa o produto online.

(Publicado em 8.3.2009. Atualizado em 11.4.2010)

Referências

1) Paper prototyping: Getting user data before you code, de Tom Mochal (TechRepublic, acesso em 5.6.2005)

Livro: Design para a internet – projetando a experiência perfeita, de Felipe Memória. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2006.

Livro: Subject to change – creating great products and services for un uncertain world, de Peter Merholz, Brandon Schauer, David Verba e Todd Wilkens. Sebastopol, CA: OáReilly, 2008.