Os testes de usabilidade de mídias digitais verificam se o usuário médio tem controle das suas ações ao lidar com as interfaces, se acha facilmente o que precisa, se as funcionalidades dos links, formulários e recursos tecnológicos atende às suas necessidades.

São técnicas etnográficas, descritivas de um ou mais aspectos sociais ou culturais de um conjunto de usuários selecionados, em que se coletam dados comportamentais a partir de tarefas realizadas em ambiente controlado.

Visam a aperfeiçoar diversos aspectos de mídias digitais em projeto ou já publicadas, de modo a que cada usuário realize o que pretende ou encontre o que procura da melhor maneira possível.

Em mídias digitais, testes de usabilidade testam aspectos como:

Layout da interface

Consistência do conjunto

Funcionalidade das ferramentas

Arquitetura da informação

Abordagem editorial do conteúdo

Qualidade da experiência de uso

 Se a experiência de uso é melhor que a de outro equivalente

Os testes de usabilidade aplicam critérios específicos para avaliar cada aspecto acima. Podem ser feitos em várias etapas do projeto, para que os problemas não detectados numa etapa sejam resolvidos em etapas posteriores. E depois do lançamento do produto.

Nas etapas iniciais, são realizados testes exploratórios, com protótipos simplificados, que avaliam a estrutura de informação, a abordagem editorial e alguma rotulação dos links. Na medida em que o projeto evolui, os protótipos vão ficando mais semelhantes ao produto final.

Os testes devem ser aplicados em usuários representativos do público-alvo. Se, por exemplo, o canal publicar notícias, deve-se procurar representantes dos leitores interessados nessas notícias. Se vender produtos, com possíveis compradores.

O número de usuários testados deve ser compatível com as funcionalidades testadas. Há alguma discordância entre os especialistas sobre o número mínimo de usuários necessários à realização de testes satisfatórios, que varia entre 5 e 20. Esses usuários podem ser recrutados pelos próprios projetistas, por recrutadores especializados ou pela empresa contratante do projeto.

De qualquer modo, quanto menos usuários, maior a margem de erro dos resultados (tabelas de cálculo da margem de erro em http://www.raosoft.com/samplesize.html e http://www.measuringusability.com/wald.htm).

Quanto mais funcionalidades testadas por pessoa, melhor, mas é importante que os testes não sejam longos demais (no máximo, duas horas), para não cansar os usuários.

Objetivos dos testes de usabilidade

Os testes devem ser realizados independentemente do tamanho do projeto e da estrutura disponível, pois revelam aspectos que influenciarão com mais ou menos profundidade o produto. Os principais objetivos dos testes são:

Permitir que cada usuário realize a tarefa a que se propõe em tempo razoável. Se o uso é fácil, preciso, auto-explicativo, relativamente rápido, mas não atende a uma necessidade clara, não tem utilidade. Ou valor.

Tornar o uso da interface o mais intuitivo possível. Quanto menos tempo o usuário leva para realizar seu objetivo no site ou aplicativo, maior seu grau de satisfação.

Verificar a atitude positiva ou negativa do usuário durante a experiência de uso. Neste caso, “atitude” se refere a percepções, sentimentos, opiniões, que podem ser verificadas por meio de entrevistas orais ou escritas.

As pessoas tendem a realizar melhor suas tarefas e objetivos ao usar uma interface quando essa os agrada de maneira geral e lhes é familiar.

Estabelecer consenso na equipe de projeto ou de manutenção evolutiva sobre os resultados esperados. Os testes podem diminuir as dúvidas e discordâncias sobre as soluções e decisões adotadas.

Os objetivos dos testes podem ser baseados em aspectos quantitativos, mas não se resumir a estatísticas sobre o uso e a satisfação do uso. Aspectos qualitativos, mais subjetivos, compõem quadros mais completos do contexto de uso.

A interpretação dos resultados a partir da experiência especializada dos avaliadores e do uso de técnicas específicas permite o aperfeiçoamento efetivo do produto.

(Atualizado em 11.9.2015)

 

Referências

Como fazer testes de usabilidade (Usabilidoido, acesso em 29.12.2008)

Livro: Prioritizing web usability, de Jakob Nielsen e Hoa Loranger. New York: New Riders, 2006

Should designers and developers do usability? (AlertBox, acesso em 28.6.2007)

Fast, cheap, and good: Yes, you can have it all, de Jakob Nielsen, sobre a relação entre preço, qualidade e tempo de realização de testes de usuários (AlertBox, acesso em 2.1.2007)