Usuários de sites ou aplicativos em dispositivos móveis precisam de informações e interfaces que atendam necessidades imediatas.

Apesar da facilidade do acesso à internet pelos smartphones, sua experiência de uso ainda deve melhorar problemas como velocidade de acesso, conexões interrompidas, DRMs, áreas de toque mal dimensionadas.

Outros motivos para a insatisfação dos usuários

Layout nem sempre adequado ao uso, dificultando o reconhecimento das funcionalidades.

Conteúdo pouco adaptado ao uso em movimento, muitas vezes republicado diretamente de sites para desktop.

Opções demais de serviços e funcionalidades, que dificultam a ação rápida. É difícil realizar transações online com formulários, por exemplo, especialmente os muito longos.

Uso do teclado lento e impreciso.

“Pontaria” nem sempre precisa sobre o que se deseja numa tela com muitos elementos, especialmente elementos pequenos (“dedo gordo”).

Conteúdo demora a carregar, o que atrapalha a experiência de uso. Além disso, às vezes a conexão cai no meio da ação, o que atrapalha a realização de compras e transações bancárias.

Acesso ao site móvel retorna uma versão sem opção de acesso à versão web integral. Muitos usuários, mesmo em movimento, gostam de ver o site completo, e não a versão reduzida.

Rolagens muito longas, o que pode fazer com que os usuários percam a noção de contexto quando localizados em partes em diferentes partes de uma tela.

Experiência do usuário

De Don Norman, especialista em interação entre usuários e dispositivos:

“Simplifique o produto e as pessoas não o compram. Se puderem escolher, vão optar pelo produto que faça mais coisas. Os recursos ganham sobre a simplicidade, mesmo quando as pessoas reconhecem que vêm acompanhados de maior complexidade. Você também faz isto, aposto. Você nunca comparou dois produtos lado a lado, examinou os recursos de cada um, e preferiu o que fazia mais coisas? Não há motivo para vergonha, você está agindo como, bem, uma pessoa normal.” (Simplicity is highly overrated, jnd.org)

A observação se mantem em 2015. Equipe do Zoom fez uma pesquisa revelando que a decisão do consumidor ficou focada nas inovações apresentadas pelos novos modelos, sobretudo pela Apple e pela Samsung. (1)

Para divulgar modelos e práticas de uso de interfaces em dispositivos móveis, empresas líderes de telefonia móvel e internet, como Apple e Google, estabeleceram conjuntos de melhores práticas para o desenvolvimento de websites e aplicativos para celulares. Também o W3C criou um documento em que estabelece fatores a priorizar em projetos de interfaces em ambientes móveis (em W3C Mobile Web Best Practices).

A especificidade do uso da internet no smartphone exige o desenvolvimento de sites otimizados para estes dispositivos, responsivos ou dedicados. Os clientes móveis de mídias digitais têm necessidades e contextos diferentes dos usuários da web criada para desktop. De qualquer modo, é sempre bom prover links para os sites completos, para o caso do usuário precisar de informações/ serviços adicionais.

Os problemas de usabilidade mais graves são aos poucos resolvidos, é cada vez maior a facilidade de realizar tarefas complexas em dispositivos móveis, seja porque grande parte dos usuários está mais familiarizada com seu equipamento, seja porque os projetistas têm uma base de uso e testes já consolidade. A velocidade de acesso é cada vez maior e as interfaces são testadas minuciosamente antes do seu lançamento.

(Atualizado em 28.1.2015)

Referências

1) Preço não é fator decisivo para usuário de smartphone (Convergência Digital, acesso em 9.3.15)

Livro: Mobile Usabilitys, Jakob Nielsen e Raluca Budiu. Berkeley: New Riders, 2013