Apps têm características definidas, como tamanho da tela, bom desempenho em diferentes velocidades de conexão, uso dedicado do hardware, menos necessidade de precisão na seleção de elementos e relacionamento personalizado com os usuários. A experiência de uso é desenhada para contextos, adaptada às funcionalidades dos dispositivos.
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Aplicativos móveis fazem parte do cotidiano da maioria das pessoas, transformando smartphone e o tablet em dispositivos para fazer tarefas que vão desde o monitoramento da saúde, a orientação geográfica de locais onde se quer ir, a captura de fotos e vídeos, anotação de lembretes, pesquisa de preços em lojas.

A ‘app economy’, que começou em 2008, com o lançamento da App Store, e é um setor econômico por si. Os apps continuam evoluindo e aperfeiçoando a sua ligação direta com os usuários, ganhando mais e mais proximidade com a vida privada de cada um. Dinâmicos e adaptáveis, realizam rapidamente tarefas que demandavam  diversos processos de intermediação.

Sobre o projeto de aplicativos para dispositivos móveis:

Prioriza e destaca chamadas para a ação em contexto, levando em conta o uso de cada público – o tratamento/apresentação do conteúdo muda em cada situação. Em um aplicativo de companhia aérea, serviços como check-in e acompanhamento de vôos, por exemplo. Caso se dirija a um público mais jovem, usa linguagem coloquial, para um público mais formal, tem um tom mais neutro. Menus menores com indicação de expansão/retração, bem como botão visível de volta a home, facilitam a navegação.

Considera diferentes modos de usos de dispositivos e do conteúdo. Anúncios devem ser claramente diferentes do conteúdo e não atrapalhar o uso.

Prioriza as funcionalidades para uso móvel (como escaner de código de barras, reconhecimento de imagem, localização geográfica de instalações físicas), para aumentar o grau de envolvimento com os usuários.

Considera a facilidade das buscas e recursos para dimensionar o conteúdo e as ações. A localização da programação de eventos, por exemplo, deve ser objetiva, ter a data e o local indicados por GPS fácil de achar. Aplicativos de varejo destacam a busca de produtos, status da compra e carrinho de compras.

O uso de filtros com perguntas logo na primeira tela ajuda a retornar resultados relevantes.

Caso seja necessário acesso rápido, um app nativo tem melhor desempenho que o browser móvel, facilita a implementação de efeitos e o usuário se sente mais confortável.

Além disso, nem sempre há demanda pelo mesmo conteúdo ou pelas mesmas ações, por isto a tradução plena de um dispositivo para outro nem sempre é necessária.

Roda logo depois de instalado, sincronizado com a base de dados correspondente, não exigindo o preenchimento de formulários de cadastro – o preenchimento de formulários é desconfortável em telas pequenas.

Acesso através de ícone amigável + informativo + intuitivo, que antecipa a experiência do usuário. Os ícones de chegada também informam de imediato o que se pode fazer e obter.

Títulos de listas de links identificam as ações e não remetem para outros apps ou canais externos. Nas camadas primária e secundária, ícones+rótulos ajudam a identificar as ações. Na terceira, listas de itens detalham as opções da segunda camada. O uso de tabs facilita o deslocamento entre áreas, evitando o uso do botão “Voltar” – de qualquer forma, a localização desse botão deve ser fixa e manter sempre a mesma imagem.

Formulários curtos e fáceis de preencher, com validação em tempo real, para evitar erros de preenchimento. O uso de labels nos campos antecipa a informação de preenchimento.

Tamanho da tela se adapta ao dispositivo. Telas maiores, como a do iPad têm espaço e resolução semelhantes às das telas dos computadores. A estrutura visual e funcional se mantém estruturada tanto no sentido vertical quanto em paisagem. Dispositivos menores, tablets menores e smartphones, abrigam menos conteúdo e recursos que asseguram o atendimento das necessidades de uso. Cada dispositivo deve abrir uma única tela, para evitar que algumas fiquem invisíveis ou de difícil acesso.

Elementos com dimensão adequada ao toque do dedo. Os elementos não podem ficar muito próximos, o que faz com que os usuários acionem botões ou comandos errados. Ícones e títulos não devem ser muito pequenos, seus tamanhos devem facilitar a manipulação.

Links e áreas clicáveis devem ter a funcionalidade sinalizada, pois não há como checá-la com o cursor. Não faz muito sentido colocar legendas com explicações sobre as funcionalidades, pois ocupam espaço.

Qualquer elemento que dependa do mouseover, como menus expansíveis, deve ser evitado. As funcionalidades se baseiam em cliques, duplo cliques e arrastar e largar (drag and drop).

Além disso, considera que o uso de teclado nem sempre é fácil, por isto leva em conta a digitação de textos em teclas pouco confortáveis, mais lentamente. Os textos a digitar devem ser necessários para a realização das tarefas.

Adaptação a diversos dispositivos, textos reescritos para os modelos principais, como Android e iOs, considerando as diferenças de uso e dos sistemas operacionais.

É importante respeitar as convenções da interface e do modelo de interação de cada plataforma, especialmente as terminologias, atalhos, menus, uso do teclado e outros dispositivos de entrada.

Os aplicativos precisam ser aprovados pelas lojas e mercados de cada fornecedor.

Uso de recursos do hardware, como câmera e GPS, bem como suas evoluções tecnológicas.

Recursos avançados dos usuários escondidos para os usuários principiantes, mas aos avançados oferece teclas de atalhos, por exemplo. Deixa mais visíveis os recursos mais usados, em número reduzido, para que tenham tamanho facilmente visível.

Interfaces flexíveis, simples e fáceis de usar, a maioria dos usuários não está acostumada a usar muitas funcionalidades básicas dos aparelhos e não tem muito tempo para aprender.

Considera as telas em diferentes condições de conexão, uso em deslocamento, iluminação e som (a sinalização sonora de funcionalidades deve ser opcional, para que não fiquem inconvenientes em lugares silenciosos e inaudíveis em lugares barulhentos). Imagine-se tentando achar um produto em um café barulhento, com wi-fi irregular, com os filhos pedindo para ir para outro lugar. Situações como esta são bem diferentes das que se encontra em ambientes de teste ou de projeto. A simulação de situações previsíveis, e mesmo imprevisíveis, em diferentes contextos e condições de ansiedade, ajuda a resolver problemas da vida real.

Prevê também o uso otimizado dos programas, de modo a não exigir muito poder de processamento e consumo de energia.

Adequação para a realização de tarefas que lidam intensamente com dados, como a edição de fotos, a consulta a tabelas, calendários.

Desvantagens dos aplicativos nativos sobre os aplicativos web

Necessidade de desenvolvimento para múltiplas plataformas (Apple, Android), exigindo o acompanhamento de requisitos e dispositivos, encarecendo e prolongando o lançamento.

Nem sempre são fáceis de desinstalar, especialmente os que já vêm instalados com o dispositivo.

Nem sempre vale a pena atualizá-los, como os que não são muito usados, ou de uso restrito.

Nem sempre têm todas as funcionalidades das interfaces web, como buscas na web ou entre aplicativos, por exemplo, que não funcionam como na web. Links entre aplicativos também não são ainda muito fáceis de implementar.

Nem sempre são a forma mais fácil de encontrar informações, especialmente quando não se sabe direito o que se está procurando.

Podem intimidar usuários ao exigir dados pessoais, como senhas bancárias ou dados confidenciais. Muitas pessoas preferem lidar com dados confidenciais na web aberta.

Ocupam espaço de memória no dispositivo. Embora individualmente a maioria tenha tamanho pequeno, a soma de muitos atrapalha a localização e o uso.

(Atualizado em 16.4.2015)