O cruzamento dos dados de acessos e a avaliação do conteúdo e das funcionalidades de interfaces de sites e aplicativos digitais mantêm o foco nos objetivos e no aperfeiçoamento permanente. Mas não há receita para modelos de avaliação. Cada caso leva em conta informações específicas e relacionadas.

Por meio apenas das estatísticas de acesso, é difícil avaliar se a experiência dos usuários em mídias digitais é satisfatória. Não se pode saber se acharam a informação que procuravam, se ficaram satisfeitos, confusos, frustrados, se vão voltar ou não, porque não compraram um artigo, que necessidades poderiam ter sido melhor atendidas.

Além disto, tanto as estatísticas geradas por servidores web quanto via browser não são totalmente precisas, pois se baseiam nos endereços de IP dos usuários (que podem podem variar em muitas situações), na aceitação de cookies pelos browsers, no modo como cada browser processa os códigos Javascript.

Se a análise das estatísticas é crítica para o sucesso do projeto e/ou do negócio, é necessário usar ferramentas com recursos de acompanhamento dos padrões dos acessos, como Predicta, WebTrends, ClickTracks, Omniture, Google Analytics.

O acompanhamento permanente dos indicadores-chave de desempenho, KPI – Key Performance Indicators, aponta aspectos sobre o uso.

A avaliação dos números em períodos de tempo mais longos, entre 6 meses e 1 ano, permite avaliar de maneira consistente as tendências, os hábitos e as demandas dos usuários.

As ferramentas de análise de acesso são mais orientadas para medir os acessos às páginas do que as interações dos usuários com a interface. No entanto, o aumento do uso de ferramentas com Ajax exige que as ferramentas avaliem, além do momento de acesso, as mudanças de estado da interface. Dessa maneira, a sucessão de ações dos usuários é acompanhada com maior precisão.

Como o uso de Ajax, o uso de bots (scripts para simular ações humanas) pelos anunciantes para simular cliques em banners também dificulta a obtenção de dados precisos. Pesquisa da White Ops divulgada no final de 2014 mostrou que 25% dos cliques em publicidade em vídeos online vinham de bots. Esses robôs foram responsáveis por mais de cinco bilhões de impressões nos sites investigados pela firma especializada em fraudes na web. (1)

Os dados selecionados devem ser úteis à revisão do veículo e não gerar informações em excesso. A escolha de cinco ou seis indicadores focados em ações e resultados sobre os objetivos de negócios do site facilita o gradual aperfeiçoamento, bem como gera as informações para o aperfeiçoamento dos próprios processos de avaliação.

(Atualizado em 14.12.2014)

Referências

(1) Estudo: 25% dos cliques em propagandas online são feitos por robôs (Canaltech Corporate, acesso em 16.12.2014)

Search marketing reporting: 8 metrics clients actually care about, Jamie Smith (Search Engine Watch, acesso em 23.11.2014)

10-Point Google Analytics implementation checkup (Search Engine Watch, acesso em 13.8.2014)

Reduce bounce rates: Fight for the second click (Alertbox, acesso em 5.8.2008)

The Web Analythics Association – organização que procura criar padrões para os termos e definições relacionados à análise de uso da web. Realiza treinamentos de mão-de-obra e reúne regularmente profissionais de análise de dados, consultores e usuários finais para discutirem metodologias e suas aplicações (acesso em 21.4.2006)

How Macys.com lifted conversions 17% with easy landing page, nav tweaks – caso da ofensiva da Macy’s para converter acessos em compras através do conhecimento dos padrões de comportamento dos usuários do site (acesso em 24.4.2007)