A usabilidade de mídias digitais direta ou indiretamente leva em conta o contexto cultural em que o relacionamento com os clientes se estabelece, que começa na organização que publica o produto e se estende a ambientes amplos, como os da cidade e do país onde se encontram.

 Em maio de 2015 o tempo médio de visita do usuário de internet no Brasil a uma página era de 4 minutos, menos 9% que em 2014. Esta diminuição do tempo de permanência por página se deveu ao maior uso de smartphones.

A qualidade da experiência de uso das interfaces web de organizações, em serviços comerciais prestados ao público aberto, ou em sites de comunidades, se estende desde as experiências compartilhadas até as experiências subjetivas de cada usuário.

Ose consensos qualitativos sobre as interfaces digitais estão ligados ao uso e recepção das interfaces em cada contexto, ao modo como as pessoas e os grupos se comunicam e como estabelecem identidades coletivas que as diferenciam. Esse uso se estende a pessoas com diferentes níveis de conhecimento de interfaces digitais, diferentes interesses e necessidades, idades e características demográficas.

 Se um grupo de pais de adolescentes de um colégio faz um grupo no What’sapp para trocar ideias e informações, o site do colégio pode prover funcionalidades adequadas ao perfil destas pessoas, aos modos de agrupamento, ao acervo de informações que o grupo constroi a partir da convivência.

A interface e a usabilidade vai aos poucos a se adaptando às demandas funcionais e afetivas de seus usuários, podendo ganhar recursos como quadro de avisos, ferramenta de busca, acesso via senha, novo layout. Pode acontecer que o resultado seja uma interface cujo uso seja consolidado pelo grupo, mas não seja a melhor solução em outros contextos. Nesse caso, se a solução funciona e é bem recebida, acaba sendo aperfeiçoada baseada nos mesmos critérios.

Por meio de pesquisas com usuários, a identidade cultural da interface pode ser prevista em seu projeto junto com sua funcionalidade, e se consolidar (ou não) na medida em que o público e os colaboradores envolvidos vão deixando as marcas da sua participação.

O ideal é que a participação seja tão intensa que as informações atuem na revisão permanente da interface. Os melhores requisitos de usabilidade se estabelecem por consenso.

Os usuários que se sentem confortáveis, atendidos nas suas necessidades funcionais, e no controle das ações relativas ao canal, ficam mais receptivos à atualização do conteúdo e à funcionalidade dos recursos tecnológicos.

De qualquer modo, quando não houver um contexto cultural definido – o que acontece em produtos com público amplo e indiferenciado, especialistas em design e experiência do usuário, como Don Norman, afirmam que é preciso priorizar a eficiência funcional: “a tecnologia define a atividade. Por sua vez, a atividade define o design. Quando o design é apropriado à tecnologia, as pessoas o aceitam, independentemente da cultura.”

Os argumentos de Norman geram polêmica, e cabe a cada projetista examinar o contexto de criação e uso de cada produto para decidir a importância do ambiente social em seu layout e suas funcionalidades.

(Atualizado em 26.8.2015)