Fazer a estrutura conceitual a partir do profundo conhecimento do público e do conteúdo a ser publicado nem sempre é suficiente para garantir que um site alcance seus objetivos. Os requisitos técnicos são mandatórios, mas a estrutura precisa também contemplar aspectos subjetivos que promovem o encontro efetivo entre quem publica o veículo e seus usuários/ participantes.

A primeira impressão sobre a estrutura (bem como sobre o layout) é muito importante. Os olhos controem rapidamente uma imagem mental que verifica se pode encontrar o que procura. Na página Principal ou não, a estrutura que vemos à primeira vista identifica se o conjunto e as informações publicadas podem atender nossas necessidades.

Mesmo que uma página não mostre toda a estrutura de conteúdo, o que é frequente em grandes portais e sites de varejo, o conjunto visível, como ramificação de um ramo maior, é um modelo representativo da estrutura. Essa amostragem traz pistas que informam ao usuário se pode avançar e por onde.

Assim, para que cada visitante/ usuário/ participante perceba logo se uma estrutura de informações atende às suas necessidades de informações, serviços, ações, mesmo as telas em camadas mais profundas devem ter características que informema estrutua geral.

Estas características não são propriamente os requisitos de qualidade que os especialistas utilizam para avaliar a arquitetura da informação, mas aspectos que que efetivamente interessam ao público que a utiliza.

Aspectos que os usuários valorizam na arquitetura da informação

O site está posicionado nos primeiros resultados das principais ferramentas de busca da internet, para as palavras-chave e expressões que refletem seu conteúdo. A partir da observação permanente desses resultados, pode-se reforçar os vínculos e aperfeiçoar os links entre as páginas. Também em relação às buscas:

 Os textos que acompanham os links para o site nos resultados das buscas mostram informações úteis que fazem sentido, de modo que as pessoas sintam vontade de selecioná-los.

 As palavras-chave e expressões usadas nas buscas realmente direcionam os usuários para conteúdo relacionado dentro do site. Para isto, é importante verificar o uso de palavras e similares nas estatísticas de acesso e incluí-las nos textos e meta tags do site. Ou, caso sejam pouco relevantes, verificar porque estão levando a resultados de busca equivocados e retirá-las dos textos, se for o caso.

O conteúdo mais importante fica próximo à “superfície”, se o site tiver uma estrutura com muitas camadas profundas.

Assim, se temos um site sobre “Marcel Duchamp” e uma área que descreve as obras principais desse artista em diferentes suportes, sua estrutura pode priorizar os suportes em que o artista se destacou e dentro destas áreas, os trabalhos mais importantes.

A localização do conteúdo na estrutura acompanha também a percepção do público em contextos culturais, comerciais, sociais editoriais, consensos amplamente reconhecidos, desde os mais amplos aos mais personalizados (baseados em personas, narrativas sobre os usuários).

O conteúdo mais importante é percebido instantaneamente, nos lugares das páginas em que os olhos chegam mais com facilidade especialmente à esquerda e no alto da janela do programa.

É comum encontrarmos, no menu de um site de uma empresa que oferece serviços, a área de conteúdo “Sobre a empresa” antes dos serviços e produtos que esta oferece. Mas se o usuário procura em primeiro lugar os produtos e serviços, por que não colocar estes em primeiro lugar?

Ou se, apesar de oferecer produtos, a área mais procurada do site da empresa é um fórum dos usuários este deve ser ter precedência na ordem dos itens.

Na ordenação dos itens, é mais importante atender às necessidades dos usuários que às necessidades institucionais de veiculação de marca, venda ou reforço da imagem institucional especialmente se a presença online da organização está vinculada ao oferecimento de soluções, produtos, conteúdo. Se o usuário se sente atendido, fica no site depois do primeiro contato.

Há desenvolvimento suficiente do conteúdo mais importante, de modo que os usuários se sintam satisfeitos não só com o que encontram como também com as indicações de links para consultas de conteúdo relacionado.

A estrutura fala a língua do usuário. Há palavras e expressões publicadas familiares aos principais grupos de usuários, tanto nos textos do site quanto nos rótulos dos links e das barras de navegação.

Não adianta usar termos precisos sobre um conceito se os leitores não vão reconhecê-los e, pior, se não vão procurá-los nos buscadores internos e externos. O uso de expressões de senso comum identifica e localiza as informações.

As áreas mais procuradas pelo público correspondem às priorizadas na estrutura de conteúdo, o que pode ser ajustado de acordo com das estatísticas de acesso.

Pouca necessidade de ajuda ou suporte para encontrar o que se procura. Se não existem muitos contatos, mensagens ou chamadas para o suporte técnico ou serviço de atendimento ao consumidor que apontem para ajustes na estrutura, com observações como “onde encontro…?”, ou “não encontrei…” ou “por que vocês não colocam no site … (uma informação que já está lá)”.

Verificar se a ferramenta de busca interna é o principal meio para localizar informações, o que pode apontar para a necessidade de uma revisão da estrutura, que não estaria sendo usada.

Os recursos da navegação indicam onde o usuário está em relação à página Principal. Mesmo que as demandas externas não devam ser os únicos fatores que levem a revisões e melhoras, a contínua negociação com estas e as demandas previstas pela equipe interna a partir dos seus diagnósticos gera problemas a partir dos quais pode-se aperfeiçoar continuamente o site, seu relacionamento e sua interlocução com seu público.

(Publicado em 8.2.2009. Atualizado em 30.8.2009)