Censo da web realizado pelo Comitê Gestor do Brasil em 2010 apurou que, de 6,3 milhões de páginas HTML pesquisadas, cerca de 91% mostraram mais de uma incorreção de aderência aos padrões do W3C. Apenas 5% mostravam aderência total ao padrão. Pelo menos na época, a validação pelos padrões ainda não era prática comum no país. (2)
A validação do código-fonte do website verifica se o código HTML ou XHTML é válido ou compatível com padrões (standards) web, para facilitar, ou mesmo viabilizar, a carregação das páginas nos diversos browsers, sistemas operacionais e dispositivos com acesso à web e garantir que tenha acesso universal.
Verifica também se os arquivos de estilos CSS são compatível com os padrões (inclusive as configurações de impressão das páginas), e se o uso de divs é adequado.
E ainda se o site usa DOCTYPE (document type declaration) correto, de acordo com a versão de (X)HTML usada – primeira declaração a ser inserida em uma página web, antes mesmo da marcação<html>, que instrui o browser para lidar com o código ao começar a carregar uma página.
Os exames incluem também se há links interrompidos ou erros em linguagens de programação, como Javascript e em recursos dinâmicos como Ajax.
O browser utilizado pelo desenvolvedor pode ignorar alguns erros, mas algumas marcações erradas podem resultar em problemas de visualização em diversos browsers.
A validação é feita por programas dedicados, ou validadores, que detectam problemas nas páginas e no seu código, como tags abertas e não fechadas, marcações escritas ou usadas de maneira incorreta. Muitas vezes os resultados da validação não especificam o problema com exatidão, e é preciso investigar com cuidado qual seria o verdadeiro problema.
Erros de validação devem ser aceitos apenas se há uma clara necessidade de uso de marcações fora dos padrões e se os resultados foram satisfatórios na maioria dos browsers e dispositivos testados. Na medida em que o conteúdo online é acessado por dispositivos móveis, a validação do código se torna um fator crítico para garantir a compatibilidade dos canais e sua acessibilidade em todos os programas de acesso.
Pesquisa da empresa desenvolvedora do software Opera em 2008 verificou que apenas 4.13% das URLS indexadas pelo aplicativo MAMA (Metadata Analysis and Mining Application) foram validadas pelo W3C Markup Validator. E apenas 50% dos websites que anunciavam a validação com banners nas suas páginas foram realmente validados pelos padrões do W3C. (1)
O estudo mostrou também que a maioria dos programas e sistemas de gerenciamento de conteúdo publicavam websites cujo código não validava. Somente 0,55% das páginas criadas com o Microsoft FrontPage foram validadas. E 3.44% das páginas criadas com Adobe Dreamweaver, 6,45% das páginas criadas com Joomla e 9% das páginas criadas com WordPress.
Atividades relacionadas
■ Validar o código XHTML do site com ferramentas como W3C Validator ou WDG validator.
■ Validar os estilos CSS do site com ferramentas como W3C CSS Validator.
Em sistemas de gerenciamento de conteúdo (CMS) como o WordPress, é importante verificar vários arquivos de um mesmo tema utilizado, como index.php, archives.php, category.php.
■ Validar o site em relação à acessibilidade (Section 508 standards).
■ Validar o site em relação aos padrões WAI (Web Accessibility Iniciative).
■ Testar o site em diferentes browsers e dispositivos.
■ Checar os links do site via programa de desenvolvimento, como o Dreamweaver ou plataformas disponíveis online, como Link Valet (apenas algumas páginas) ou Xenulink (sites inteiros).
■ Corrigir os problemas observados com base no diagnóstico das ferramentas.
(Atualizado em 18.5.2014)
Referências
2) Web governamental: 98% dos sites não adotam padrões de acessibilidade (Convergência Digital, acesso em 18.8.2010)
→ Mudando para Web standards, de Karl Dubost (Site Maujor, acesso em 27.6.2010)
1) Opera – most HTML code isn’t standards compliant (e-consultancy, acesso em 2.11.2008)
→ Investing in usability: Testing versus training (Boxes and Arrows, acesso em 1.2.2005, não mais disponível no endereço acessado)
→ Web Standards Group (lista de discussão sobre standards web – em inglês)
→ i-Learn (Curso de Formação em Web Standards)
Ferramentas e serviços (links externos)
→ Calibre – medida de indicadores de qualidade, como velocidade de download, consistência do código, em tempo real, contratos com escalonados para diferentes escalas
→ GitHub – Gremlims.js – embora não diretamente associada aos padrões web, é uma ferramenta que simula acões randômicas dos usuários, acina links, preenche formulários, passa o mouse sobre elementos, verifica erros de Javascript e até mesmo faz com que o aplicativo testado falhe (acesso em 18.5.14)
→ GTMetrix – serviço gratuito que provê análise de interfaces web segundo parâmetros como velocidade de carregação
→ 10 Excellent tools for testing your site on mobile devices – ferramentas para testes de sites móveis
→ W3C Mobile Checker – ferramenta para avaliação de sites móveis
→ Xenulink – checagem de links interrompidos